Atividade física como tratamento essencial para pacientes com Parkinson

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A atividade física não é apenas um complemento, mas uma parte fundamental do tratamento para quem vive com a doença de Parkinson. Pense nela como um remédio natural que ajuda o corpo e a mente. Quando uma pessoa com Parkinson se exercita, ela está, na verdade, ajudando a proteger seus neurônios. Isso é o que chamamos de neuroproteção. É como se o exercício criasse um escudo para as células do cérebro que ainda estão saudáveis.

Os benefícios vão muito além. Mexer o corpo regularmente melhora os sintomas motores da doença. Sabe aquela rigidez nos músculos ou a lentidão nos movimentos? A atividade física ajuda a combatê-los. Caminhar, por exemplo, pode melhorar o equilíbrio e diminuir o risco de quedas, que são uma preocupação comum. Exercícios de força ajudam a manter os músculos firmes e funcionais, facilitando tarefas do dia a dia, como levantar de uma cadeira ou carregar sacolas.

Como o Exercício Impacta os Sintomas Motores?

Os sintomas motores clássicos do Parkinson incluem tremores, rigidez, lentidão (bradicinesia) e instabilidade postural. A atividade física atua diretamente sobre eles:

  • Melhora da Bradicinesia: Exercícios rítmicos e aeróbicos, como dança ou ciclismo, podem ajudar a aumentar a velocidade e a fluidez dos movimentos.
  • Redução da Rigidez: Alongamentos e exercícios de flexibilidade são essenciais para diminuir a sensação de músculos presos, aumentando a amplitude de movimento.
  • Aumento do Equilíbrio: Atividades como tai chi, ioga e exercícios específicos de equilíbrio ajudam a fortalecer os músculos posturais e a melhorar a estabilidade, prevenindo quedas.
  • Controle dos Tremores: Embora o exercício não elimine os tremores, ele pode ajudar a melhorar o controle motor geral, o que indiretamente pode influenciar a percepção e o manejo dos tremores.

Além dos sintomas motores, o Parkinson também traz desafios não motores, como depressão, ansiedade, fadiga e problemas de sono. E adivinhe? A atividade física também ajuda aqui! Exercitar-se libera substâncias no cérebro, como endorfinas, que melhoram o humor e combatem a depressão e a ansiedade. A prática regular também pode aumentar os níveis de energia, combatendo a fadiga, e regular o ciclo do sono, proporcionando noites mais tranquilas.

Benefícios Além do Movimento: Impacto nos Sintomas Não Motores

É crucial entender que o Parkinson afeta mais do que apenas o movimento. Os sintomas não motores podem impactar significativamente a qualidade de vida. Felizmente, a atividade física oferece alívio também nessas áreas:

  • Saúde Mental: Exercícios, especialmente os aeróbicos, estimulam a liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que estão ligados ao bem-estar e podem aliviar sintomas de depressão e ansiedade.
  • Função Cognitiva: Atividades que desafiam a coordenação e exigem aprendizado de novos movimentos podem ajudar a manter a mente ativa, melhorando a memória, a atenção e a capacidade de planejamento.
  • Qualidade do Sono: A prática regular de exercícios, preferencialmente durante o dia, pode ajudar a regular o relógio biológico, facilitando o adormecer e melhorando a qualidade do sono.
  • Redução da Fadiga: Pode parecer contraditório, mas gastar energia com exercícios pode, na verdade, aumentar os níveis gerais de energia e combater a fadiga persistente comum no Parkinson.
  • Saúde Intestinal: A constipação é outro sintoma não motor frequente. Exercícios, especialmente caminhadas, podem estimular o funcionamento do intestino.

Não existe um único tipo de exercício que seja o melhor para todos. O ideal é combinar diferentes modalidades. Exercícios aeróbicos, como caminhada rápida, natação ou bicicleta ergométrica, são ótimos para o coração e a disposição geral. Treinamento de força, com pesos leves ou elásticos, ajuda a manter a massa muscular. Exercícios de equilíbrio e flexibilidade, como tai chi chuan ou ioga adaptada, são fundamentais para prevenir quedas e manter a mobilidade. O importante é encontrar atividades que a pessoa goste e que sejam seguras para ela.

Tipos de Exercícios Recomendados

A variedade é chave para abordar os diferentes aspectos da doença:

  1. Exercícios Aeróbicos: Caminhada, ciclismo (estacionário ou ao ar livre), natação, dança. Melhoram a saúde cardiovascular, a resistência e o humor. Recomenda-se intensidade moderada na maioria dos dias da semana.
  2. Treinamento de Força: Uso de pesos livres, máquinas de musculação, faixas elásticas ou o próprio peso corporal. Foco em grandes grupos musculares para melhorar a força funcional. Duas a três vezes por semana.
  3. Exercícios de Equilíbrio: Tai Chi, ioga, exercícios em pé com apoio e progressão para sem apoio, caminhar em linha reta ou sobre superfícies diferentes. Essenciais para prevenir quedas. Praticar regularmente.
  4. Exercícios de Flexibilidade: Alongamentos estáticos e dinâmicos para todos os principais grupos musculares. Ajudam a combater a rigidez e a melhorar a amplitude de movimento. Devem ser feitos diariamente ou após outras sessões de exercício.
  5. Exercícios Multitarefa e Cognitivos: Atividades que combinam movimento com tarefas mentais, como dançar seguindo passos ou fazer exercícios enquanto conta ou nomeia objetos. Estimulam tanto o corpo quanto a mente.

A recomendação médica é clara: a atividade física deve ser iniciada o quanto antes, logo após o diagnóstico, e mantida ao longo da vida. É como tomar um medicamento diário, precisa de consistência. Claro, sempre com orientação profissional. Um fisioterapeuta ou educador físico especializado pode ajudar a montar um programa de exercícios seguro e eficaz, adaptado às necessidades e limitações de cada pessoa. Começar devagar e aumentar a intensidade aos poucos é fundamental para evitar lesões e garantir que a experiência seja positiva. Lembre-se, cada movimento conta na luta por uma melhor qualidade de vida com Parkinson.

 

Lidar com a doença de Parkinson não é tarefa para uma pessoa só. Imagine um time de futebol: cada jogador tem sua posição e habilidade, e juntos eles jogam melhor. Com o Parkinson é parecido. A abordagem multidisciplinar significa exatamente isso: reunir uma equipe de diferentes profissionais de saúde para cuidar da pessoa de forma completa. Não é só o médico neurologista que entra em campo; vários outros especialistas são essenciais para garantir a melhor qualidade de vida possível.

Essa forma de tratamento olha para a pessoa como um todo, não apenas para um sintoma isolado. O Parkinson afeta o movimento, a fala, o humor, o sono e até a alimentação. Por isso, ter vários olhares diferentes ajuda a criar um plano de cuidados muito mais eficaz e personalizado. É como montar um quebra-cabeça: cada peça (profissional) contribui para formar a imagem completa do bem-estar do paciente.

Quem Faz Parte Desse Time?

A equipe multidisciplinar ideal para o Parkinson geralmente inclui vários craques da saúde. Vamos conhecer alguns deles e o que fazem:

  • Neurologista: É o capitão do time. Ele diagnostica a doença, prescreve e ajusta os medicamentos principais (como a levodopa), e acompanha a evolução do Parkinson ao longo do tempo.
  • Fisioterapeuta: Esse profissional é fundamental para trabalhar a parte motora. Ele ajuda com exercícios para melhorar o equilíbrio, a flexibilidade, a força e a caminhada. Lembra da importância da atividade física que falamos antes? O fisioterapeuta é o especialista que monta o treino certo para cada pessoa, ajudando a reduzir a rigidez e a lentidão dos movimentos, além de prevenir quedas.
  • Terapeuta Ocupacional: O foco aqui é ajudar a pessoa a realizar as tarefas do dia a dia com mais independência e segurança. Coisas como se vestir, comer, tomar banho ou escrever podem se tornar difíceis com o Parkinson. O terapeuta ocupacional ensina estratégias, sugere adaptações em casa (como barras de apoio) e recomenda utensílios que facilitam a vida.
  • Fonoaudiólogo: A voz pode ficar mais baixa e monótona (disartria), e engolir alimentos pode se tornar um problema (disfagia). O fonoaudiólogo trabalha justamente essas questões, com exercícios para fortalecer os músculos da fala e da deglutição, melhorando a comunicação e a segurança na hora de comer.
  • Psicólogo ou Neuropsicólogo: O Parkinson não afeta só o corpo, mas também a mente e as emoções. Depressão, ansiedade e alterações cognitivas (como problemas de memória ou atenção) são comuns. O psicólogo oferece suporte emocional, ajuda a lidar com o diagnóstico e o tratamento, e ensina estratégias para manejar o estresse e melhorar o humor. O neuropsicólogo avalia e ajuda a lidar com as mudanças cognitivas.
  • Nutricionista: A alimentação tem um papel importante. Alguns alimentos podem interferir na absorção dos remédios, e a constipação é um sintoma comum que pode ser aliviado com a dieta certa. O nutricionista orienta sobre o que comer, os melhores horários para as refeições em relação aos medicamentos, e como manter um peso saudável.
  • Assistente Social: Esse profissional ajuda com questões práticas e sociais. Ele pode informar sobre direitos, benefícios, grupos de apoio, recursos da comunidade e auxiliar a família a navegar pelo sistema de saúde e a encontrar o suporte necessário.

Por Que Essa Abordagem é Melhor?

Trabalhar em equipe traz muitas vantagens. Primeiro, a comunicação entre os profissionais melhora. Quando o fisioterapeuta sabe qual remédio o neurologista prescreveu, ele pode adaptar melhor os exercícios. Quando o fonoaudiólogo percebe uma dificuldade de deglutição, ele pode alertar o nutricionista. Essa troca de informações garante um cuidado mais seguro e coordenado.

Segundo, a abordagem multidisciplinar permite tratar todos os aspectos da doença simultaneamente. Em vez de focar só no tremor ou só na rigidez, a equipe olha para o bem-estar geral, incluindo a saúde mental, a capacidade funcional e a interação social. Isso resulta em um tratamento mais completo e humano.

Terceiro, o paciente e a família se sentem mais amparados. Saber que existe uma rede de profissionais cuidando de diferentes necessidades traz segurança e confiança. O paciente também se torna parte ativa da equipe, participando das decisões sobre seu próprio tratamento.

Como Funciona na Prática?

Idealmente, a equipe se reúne periodicamente para discutir o caso do paciente, avaliar o progresso e ajustar o plano de tratamento. Cada profissional contribui com sua expertise, e juntos definem as prioridades e os próximos passos. O objetivo é sempre o mesmo: controlar os sintomas, retardar a progressão dos problemas funcionais e maximizar a qualidade de vida e a independência da pessoa com Parkinson.

Portanto, se você ou alguém próximo tem Parkinson, buscar um cuidado multidisciplinar é fundamental. Converse com seu neurologista sobre quais outros profissionais podem ajudar. Montar esse time de especialistas é um passo importante para viver melhor com a doença, enfrentando os desafios de forma mais completa e eficaz. Cada membro da equipe tem um papel valioso a desempenhar na jornada do paciente.

Quando falamos sobre tratar o Parkinson, os remédios têm um papel super importante. A ciência não para, e sempre surgem novidades para ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O objetivo principal dos medicamentos atuais é repor ou imitar a dopamina, uma substância que fica faltando no cérebro de quem tem a doença e que é essencial para controlar os movimentos.

O remédio mais conhecido e ainda considerado o mais eficaz para os sintomas motores é a levodopa. Pense nela como a matéria-prima que o cérebro usa para fabricar a dopamina que está faltando. Ela costuma funcionar muito bem, especialmente no começo do tratamento, ajudando a diminuir a rigidez, a lentidão e os tremores. É quase como ligar um interruptor que faz os movimentos fluírem melhor.

Ainda a Estrela: Levodopa

A levodopa transformou o tratamento do Parkinson décadas atrás. Ela atravessa uma barreira protetora no cérebro e lá se converte em dopamina. Geralmente, ela é combinada com outra substância (como a carbidopa ou a benserazida) para evitar que seja destruída no corpo antes de chegar ao cérebro e para diminuir efeitos colaterais como náuseas. Mesmo com novos remédios surgindo, a levodopa continua sendo a base do tratamento para muitos pacientes.

Porém, com o passar do tempo, o efeito da levodopa pode começar a variar. Pode acontecer o fenômeno de ‘wearing-off', que é quando o efeito do remédio acaba antes da hora da próxima dose. A pessoa sente que os sintomas do Parkinson voltam. Outro desafio são as discinesias, que são aqueles movimentos involuntários, como balanços ou contorções, que podem aparecer depois de alguns anos de uso da levodopa, principalmente nos horários em que o remédio está no pico do efeito.

Outras Opções e Combinações

Para lidar com esses desafios e oferecer mais opções, os médicos contam com outras classes de medicamentos:

  • Agonistas Dopaminérgicos: Esses remédios não se transformam em dopamina, mas agem como se fossem ela, enganando o cérebro. Eles se ligam aos mesmos receptores que a dopamina usaria. Podem ser usados sozinhos no início do Parkinson ou junto com a levodopa em fases mais avançadas. Ajudam a controlar os sintomas motores e podem adiar a necessidade de doses maiores de levodopa. Exemplos incluem pramipexol, ropinirol e rotigotina (adesivo).
  • Inibidores da MAO-B: A MAO-B é uma enzima no cérebro que destrói a dopamina. Esses remédios (como selegilina, rasagilina e safinamida) bloqueiam essa enzima, fazendo com que a dopamina que o cérebro ainda produz (ou a que vem da levodopa) dure mais tempo. Podem ter um efeito modesto nos sintomas, mas ajudam a ‘suavizar' as flutuações motoras.
  • Inibidores da COMT: Assim como a MAO-B, a COMT é outra enzima que quebra a levodopa no corpo. Remédios como a entacapona e a opicapona bloqueiam a COMT, permitindo que mais levodopa chegue ao cérebro e prolongando seu efeito. São usados sempre em combinação com a levodopa para combater o ‘wearing-off'.
  • Amantadina: É um medicamento mais antigo com múltiplos mecanismos de ação. Ela pode ajudar um pouco nos tremores e na rigidez, mas seu uso principal hoje é para tratar as discinesias causadas pela levodopa.

Novas Formulações e Abordagens

A pesquisa farmacêutica tem se concentrado muito em como entregar a levodopa de forma mais estável e contínua, para evitar os altos e baixos que causam o ‘wearing-off' e as discinesias. Já existem formulações de liberação prolongada da levodopa/carbidopa, que liberam o remédio mais devagar no organismo. Outras abordagens incluem:

  • Gel Intestinal de Levodopa/Carbidopa: Administrado continuamente através de uma pequena bomba ligada a um tubo que vai até o intestino. Oferece níveis muito estáveis do medicamento, sendo uma opção para casos avançados com flutuações motoras graves.
  • Formulações Inalatórias ou Sublinguais: Desenvolvidas para resgatar rapidamente o paciente durante os períodos ‘off' (quando os sintomas voltam subitamente).

Além disso, há um esforço crescente para desenvolver tratamentos para os sintomas não motores do Parkinson, que podem ser tão ou mais incômodos que os motores. Isso inclui medicamentos específicos para tratar a psicose (alucinações), a hipotensão ortostática (queda de pressão ao levantar), a constipação, a depressão, a ansiedade e os distúrbios do sono associados à doença.

O Futuro: O Que Vem Por Aí?

O grande sonho da pesquisa em Parkinson é encontrar medicamentos que não apenas tratem os sintomas, mas que também freiem ou parem a progressão da doença, protegendo os neurônios que ainda não foram afetados (neuroproteção). Várias estratégias estão sendo investigadas em ensaios clínicos:

  • Terapias Gênicas: Tentam corrigir defeitos genéticos ou aumentar a produção de dopamina diretamente no cérebro.
  • Imunoterapias: Buscam usar o sistema imunológico para ‘limpar' o acúmulo de proteínas anormais (alfa-sinucleína) que ocorrem no cérebro de quem tem Parkinson.
  • Novos Alvos Moleculares: Pesquisadores estão identificando outras vias e processos celulares envolvidos na doença, buscando novos alvos para medicamentos.

Embora essas terapias ainda estejam em estudo, elas representam uma grande esperança para o futuro. Enquanto isso, a combinação inteligente dos medicamentos já disponíveis, ajustada individualmente pelo neurologista e associada a terapias como atividade física e acompanhamento multidisciplinar, continua sendo a melhor forma de manejar o Parkinson e garantir a melhor qualidade de vida possível.

 

O Parkinson ainda é cercado por muitas dúvidas e informações erradas. Isso pode gerar medo e dificultar a busca por ajuda. Vamos esclarecer alguns pontos importantes e mostrar que existem muitas formas de cuidar bem de quem convive com a doença, focando sempre na qualidade de vida. Desmistificar é o primeiro passo para um tratamento mais eficaz e humano.

Mito 1: Parkinson é só tremor nas mãos.

Realidade: Embora o tremor seja um sintoma conhecido, ele não acontece em todas as pessoas com Parkinson. E mesmo quando acontece, não é o único sintoma. A doença também causa lentidão nos movimentos (bradicinesia), rigidez muscular e problemas de equilíbrio. Além disso, existem muitos sintomas não motores, como alterações no sono, depressão, ansiedade, fadiga, dor, problemas de olfato e constipação. Olhar só para o tremor é simplificar demais uma condição complexa.

Mito 2: Parkinson só afeta pessoas idosas.

Realidade: É verdade que o risco de desenvolver Parkinson aumenta com a idade, sendo mais comum após os 60 anos. No entanto, cerca de 10% a 20% das pessoas são diagnosticadas antes dos 50 anos. Isso é chamado de Parkinson de início precoce. Portanto, não é uma doença exclusiva da terceira idade. Conhecer essa possibilidade ajuda no diagnóstico correto em pessoas mais jovens.

Mito 3: Receber o diagnóstico de Parkinson é uma sentença de morte.

Realidade: De forma alguma! O Parkinson é uma doença crônica e progressiva, o que significa que ela piora com o tempo, mas não é fatal por si só. Com os tratamentos atuais, que incluem medicamentos, atividade física regular e uma abordagem multidisciplinar, é possível controlar os sintomas por muitos anos e manter uma boa qualidade de vida. Muitas pessoas com Parkinson continuam ativas, trabalhando e aproveitando a vida por décadas após o diagnóstico.

Mito 4: Parkinson é contagioso.

Realidade: Isso é completamente falso. O Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, causada pela perda de células cerebrais que produzem dopamina. Não tem nada a ver com vírus, bactérias ou qualquer agente infeccioso. Você não pode ‘pegar' Parkinson de alguém. É importante combater esse tipo de desinformação que pode levar ao isolamento social.

Mito 5: Não há nada a fazer além de tomar remédios.

Realidade: Os medicamentos, como a levodopa, são muito importantes, mas são apenas uma parte do cuidado. Como já vimos, a atividade física é fundamental. Exercícios adaptados ajudam a melhorar a mobilidade, o equilíbrio, a força e até o humor. Além disso, a equipe multidisciplinar entra em ação:

  • Fisioterapia: Para trabalhar movimentos específicos e prevenir quedas.
  • Terapia Ocupacional: Para ajudar nas tarefas do dia a dia e adaptar o ambiente.
  • Fonoaudiologia: Para cuidar da voz e da deglutição.
  • Apoio Psicológico: Para lidar com as emoções e possíveis alterações cognitivas.
  • Nutrição: Para garantir uma dieta adequada que não interfira nos remédios e ajude em sintomas como a constipação.

O cuidado vai muito além da farmácia. Envolve mudanças no estilo de vida, terapias e suporte contínuo.

Mito 6: Todos com Parkinson acabam em uma cadeira de rodas.

Realidade: A progressão do Parkinson varia muito de pessoa para pessoa. Embora problemas de mobilidade e equilíbrio possam aumentar o risco de quedas em fases mais avançadas, nem todos precisarão de cadeira de rodas. Manter-se ativo com exercícios, fazer fisioterapia e usar corretamente os medicamentos pode ajudar a preservar a mobilidade por mais tempo. O uso de auxílios como bengalas ou andadores pode ser necessário para segurança, mas a cadeira de rodas não é um destino certo para todos.

Entendendo as Opções de Cuidado Holístico

Desmistificar o Parkinson também significa entender a amplitude das opções de cuidado disponíveis. Não se trata apenas de combater os sintomas visíveis, mas de cuidar da pessoa como um todo. Isso inclui:

  • Educação: Aprender sobre a doença é fundamental. Pacientes e familiares bem informados podem tomar decisões melhores sobre o tratamento e entender o que esperar.
  • Grupos de Apoio: Conectar-se com outras pessoas que vivem a mesma realidade pode ser muito reconfortante. Trocar experiências, dicas e apoio emocional faz uma grande diferença.
  • Cuidado Centrado na Pessoa: O tratamento deve ser personalizado. O que funciona para um pode não funcionar para outro. É essencial que a equipe de saúde ouça as necessidades e preferências do paciente.
  • Planejamento Futuro: Conversar sobre as expectativas e planejar adaptações futuras (em casa, no trabalho) pode reduzir a ansiedade e garantir que o suporte necessário esteja disponível quando preciso.
  • Pesquisa Contínua: É importante saber que a ciência continua buscando novas terapias e, quem sabe, a cura. Participar de pesquisas clínicas pode ser uma opção para alguns.

Viver com Parkinson apresenta desafios, mas com informação correta, uma equipe de apoio dedicada e uma atitude proativa, é possível navegar por essa jornada com mais segurança e esperança. Quebrar os mitos é essencial para que a sociedade veja a pessoa além da doença e para que os pacientes se sintam empoderados a buscar o melhor cuidado possível, focando sempre em manter sua independência e qualidade de vida.

Dr Riedel - Farmacêutico

Dr Riedel - Farmacêutico

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